terça-feira, 11 de outubro de 2011

Seria Nicolas Cage imortal?

Um colecionador de imagens macabras colocou à venda no site de leilões eBay uma fotografia que alega ser do ator Nicolas Cage. Segundo o vendedor, que é dono do site “The Thanatos Archive”, o registro é datado de 1870, apesar de o ator só ter nascido em 1964.

Segundo ele, Cage seria um “zumbi ou vampiro” que “rejuvenesce de 75 em 75 anos”. “Daqui a 150 anos ele talvez seja um político, um líder religioso ou um apresentador de televisão”, explica.

O anunciante, que pede US$ 1 milhão pela imagem, garante que a foto não foi manipulada por programas gráficos e representa um homem que viveu na cidade de Bristol, no Tennessee, durante a Guerra Civil (1861–1865). O “The Thanatos Archive” é uma coleção de fotos de pessoas mortas – um hábito comum no século XVIII, perdido nos tempos atuais.

O dono do endereço explica que achou a imagem num álbum de retratos dos que estiveram na guerra. “Todas as pessoas – vivas e mortas – estavam identificadas por seus nomes, exceto esse homem”, diz. A única informação da foto é que ela teria sido tirada por um tal “professor G.B. Smith”, fotógrafo de prisioneiros de guerra. O anúncio oferece ainda ao comprador a garantia de que a imagem é um original de 1860-70 e de que não é uma reprodução moderna.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Existem armas proibidas em guerras?

Sim. As Convenções de Haia e o Protocolo de Genebra - não confundir com as Convenções de Genebra -, elaborados por vários países desde 1899 até o fim da década de 1990, restringem o uso de oito tipos de armas em campos de batalha. Na prática, porém, quase todo tipo de arsenal proibido segue sendo usado em guerras. Os acordos não são levados a sério porque nem todos os documentos foram assinados pelas nações que participaram das discussões. Os EUA, por exemplo, nunca apoiaram o protocolo que proíbe o uso de armas incendiárias desde 1980. Em geral, esses tratados servem para marcar o desfecho de grandes guerras internacionais, funcionando como instrumento de punição aos derrotados - isentando, contudo, vencedores que usaram armas proibidas.


Oito categorias de armas são proibidas na guerra, mas bombam nos campos de batalha

PROJÉTEIS EXPANSIVOS
A convenção de Haia proíbe, desde 1988, munições destruidoras, como o projétil de ponta oca. Quando atinge um alvo mole, como o corpo humano, a pressão do impacto faz a ponta desabrochar, aumentando o diâmetro da bala e, consequentemente, o estrago causado

MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Desde 1977, a Convenção de Genebra proíbe qualquer ato militar que afete ou destrua o meio ambiente. Um caso recente de modificação ambiental foi a queima dos campos de petróleo no Iraque pelos americanos, em 1991 - os EUA nunca foram punidos por isso

ARMAS LASER
Outra proibição preventiva! Até existem armas laser, como o designador. Ele é usado para marcar alvos terrestres, indicando o alvo para mísseis de alta precisão. O que não pode é apontar o laser contra seres humanos, causando cegueira, por exemplo

ARMAS NUCLEARES
Em 1968, o número de bombas atômicas por país ficou limitado pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear. O complemento desse tratado, em 1995, proibiu o desenvolvimento e a aquisição de armas nucleares, além de exigir um desarmamento gradual de países com arsenal atômico

ARMAS INCENDIÁRIAS
Na guerra, em tese, não vale queimar pessoas ou áreas civis. Incendiar instalações militares, por outro lado, é do jogo, desde que o alvo não esteja dentro ou próximo de áreas urbanas. Disparar bombas incendiárias por via aérea também não pode

ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS
A primeira proibição a armas com agentes químicos ou biológicos começou em 1907 - a última versão da convenção é de 1993. Dois exemplos matadores dessa categoria são o gás VX, que mata em 30 minutos, no máximo, e o antraz, que causa infecções e feridas

FRAGMENTOS NÃO DETECTÁVEIS
Algumas proibições são preventivas e rolam antes de a arma ser usada em combate. É o caso de explosivos que estilhaçam em fragmentos impossíveis de ser detectados via raio X. Ou seja, fragmentos metálicos pode, mas granadas ou minas que se partem em pedaços mortais de plástico, nem pensar!

MINAS E ARMADILHAS
O tratado de Ottawa, de 1997, proíbe o uso de minas antipessoais, como a Claymore. O modelo tem uma camada externa com 680 g de explosivo plástico. Na detonação, pequenas esferas de aço são lançadas em alta velocidade, sendo letais a até 50 m da explosão

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pirâmide de Chichén Itzá

Entre as construções maias remanescentes do sítio arqueológico de Chichén Itzá, na península de Yucatán, está a pirâmide de degraus provavelmente também utilizada para fins ritualísticos.

Fundada por volta de 514 a.C, a cidade de Chichén Itzá foi abandonada em 670 e reconstruída 300 anos mais tarde, quando se tornou o centro da cultura maia e a cidade mais importante do nordeste de Yucátan.

Sua arquitetura denota influência tolteca, civilização mexicana anterior aos maias. "O Castelo" em Chichén Itzá, México, foi erguido em harmonia com o calendário Maia.

São 91 degraus em cada um dos quatro lados, totalizando, portanto, 364 degraus.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Já ouviu falar em nefilins?

Para quem nunca ouviu falar, os Nefilins são gigantes que co-habitaram a Terra nos tempos passados. Eu falo co-habitaram, pois eles eram exceções, pois se diferenciavam dos outros "homens comuns" que viveram nessa mesma época.

Apesar da mais comum tradução da bíblia os tratarem apenas como “gigantes” e não reservarem uma área exclusiva sobre este povo curioso, existem indícios de civilizações antigas (sumérios) que registraram a presença de seres enormes, inteligentes, superiores e o mais aterrorizante: possivelmente extra-terrenos.
Os Nefilins mediam mais de 3 metros. Na verdade alguns historiadores chegam a dizer que os filhos dos Nefilins com humanas (ou seja, híbridos) é que mediam cerca de 3 metros, pois os “sangue-puro” chegavam a medir muito mais que isso. Para fortalecer esta afirmação, foi anunciado uma descoberta chocante (veracidade ainda questionável): foram encontrados fósseis humanos de proporções absurdas e em sua maioria tinham 24 dedos. Mediante as bizarrices destes seres, ter 24 dedos não é nada. Mas o que mais chama a atenção é o tamanho, já que a bizarrice genética dos pés e mãos com seis dedos é algo que existe até hoje.

Até aí tudo bem, é até bem aceitável. Se nossa civilização passa horas de frente a TV assistindo a Discovery Channel falar de dinossauros que viveram na terra há tanto tempo atrás, e que hoje só tem os ossos para contar a história, por que não aceitar homens da antiguidade enormes também? É válido ressaltar que existe uma corrente de pensadores que afirmam que os Nefilins chegaram a co-habitar com os dinossauros, após serem encontradas pegadas de dinossauros sobrepostas a pegadas humanas de mais de 54cm.

Na verdade o estranho e bizarro nisto tudo é que a palavra Nefilim vem do hebraico, e significa “Aqueles que caíram do céu” o que encaixa perfeitamente com a descrição suméria dos Anunnakis, seres extra-terrenos que desciam à Terra, tomavam as mulheres como parceiras sexuais, tomavam os homens como escravos e “ensinavam” a esse povo antigo coisas mil: engenharia, astronomia, astrologia, magia, medicina...
Na Bíblia existem no mínimo 8 passagens bíblicas onde existem citações sobre um povo de enorme estatura que viviam na região mesopotâmia, terra que foi chamada pelo Senhor de Terra Prometida ou anteriormente, de Hebrom. Nessas passagens referem-se aos precussores dos Gigantes, os Gigantes e aos filhos destes gigantes - possíveis seres híbridos. São os termos:
Anaquins - ou filhos de Anaque/Enaque; Emins - que já deve ser uma casta híbrida; Refains / Gigantes; e Filhos de Gigantes - provavelmente último nível dos híbridos, seres bem menores que seus precursores Anaquins, porém ainda bem maiores que os humanos.



terça-feira, 10 de maio de 2011

Veja os dez lugares mais assombrados para visitar no mundo

O tipo de turismo que é especializado em acontecimentos sobrenaturais é realizado em todas as partes do planeta. O chamado Turismo de Terror ganha espaço em locais históricos onde aconteceu algum indício de manifestação paranormal.

Na Europa, castelos e fortalezas trazem histórias de guerras e execuções que, supostamente, deixaram para trás espíritos que ainda procuram a luz. Nos Estados Unidos, locais mais contemporâneos trazem histórias não menos assustadoras.
Se você tem coragem e quer conhecer os lugares mais misteriosos do mundo, confira esta lista preparada pela Revista Time, e veja o que e quem você pode encontrar ao visitar cada local. Boa viagem e boa sorte.


A Casa Amityville

Esta casa situada no número 112 da Ocean
Avenue, em Amityville, Nova York, foi palco de
um brutal assassinato em 14 de novembro de 1974. Aos 23 anos, Ronald DeFeo Jr. atirou e matou seus pais e quatro irmãos.
Pouco mais de um ano após o crime, George e Kathy Lutz e seus quatro filhos se mudaram para a casa dos DeFeo. A família adorou a casa, mas as coisas mudaram após poucos dias. Mesmo depois de ter o lugar abençoado por um padre, a família começou a passar por
situações estranhas, como ouvir ruídos, passos e sentir odores misteriosos.

A versão dos Lutz sempre foi contestada, e muitos dizem que ela fez parte de uma jogada de
publicidade para um conto literário. O fato é que a casa de Amityville ficou conhecida como um dos lugares mais assustadores dos Estados Unidos. Atualmente, ela está à venda e ainda é visitada por dezenas de curiosos que querem ver de perto o imóvel que inspirou
livros e filmes.


Torre de Londres

Erguida por William o Conquistador, no século 11, esta antiga prisão política e local de
execução tem sido vista como um dos edifícios mais assombrado das Ilhas Britânicas. Entre os fantasmas ¿avistados¿ através da fortaleza, estão os espíritos de Anne Boleyn, mulher de Henrique VIII, que foi decapitado em 1536, Lady Jane Grey, que foi avistada por uma guarda em 12 de fevereiro de 1957, no aniversário de 403 anos de sua morte. O primeiro fantasma visto no edifício foi o de Thomas Beckett, no século 13.




Castelo de Edimburgo

Com cerca de 900 anos de história, seria quase uma surpresa se o Castelo de Edimburgo
não fosse um dos locais mais assombrados da Escócia. Desde a sua construção como uma fortaleza militar do século 12, o castelo foi testemunha de ataques de surpresa e execuções.
Reencarnado como uma atração turística, o Castelo de Edimburgo oferece agora passeios por suas masmorras, que já acolheu nomes como Alexander Stewart Duque de Albany (que escapou, apunhalando seus guardas até a morte, e depois queimou seus corpos), Lady Janet Douglas de Glamis (acusada de bruxaria e queimada na fogueira) e um flautista
anônimo que vagou por uma das passagens subterrâneas do castelo e nunca mais voltou.
Em 2001, o Castelo de Edimburgo tornou-se o lugar de uma das maiores investigações paranormais na história. Uma equipe de nove pesquisadores e mais de 200 membros do público exploraram câmaras do castelo e passagens secretas em busca de sinais de acontecimentos fantasmagóricos.

Mais da metade dos participantes relataram experiências paranormais. Figuras sombrias
, quedas bruscas de temperatura e a sensação de algo puxando suas roupas estão entre as experiências cotidianas.


Campo de Gettysburg

A batalha de Gettysburg durou três dias e foi uma das mais sangrentas da história
americana, com cerca de 50 mil soldados mortos no conflito. Com tantos homens jovens mortos de forma tão violenta, muitos acreditam que o local é assombrado por soldados caídos incapazes de aceitar a morte prematura. Dizem que estas almas inquietas vagam pelos campos da Pensilvânia, em busca de seus rifles e companheiros, sem saber que a batalha já foi encerrada.


A Fazenda de Murta

Esta propriedade em St. Francisville,
Louisiana, construída em 1796, pelo general David Bradford, é considerada um dos lugares mais assombrados da América. Alguns dizem que nela ocorreram mais de dez assassinatos.

Um dos contos mais populares relata a história de uma ex-escrava chamada Chloe que, diz
a lenda, teve sua orelha decepada por seu mestre. Ela teria tentado vingança pelo envenenamento de um bolo de aniversário, que matou as duas das filhas do mestre de escravos. Os espíritos de Chloe e das crianças estão entre as aparições relatadas na
propriedade.


Navio Queen Mary

O Queen Mary é um antigo navio da Segunda Guerra, que foi adquirido pela cidade de Long
Beach em 1967 e transformado em um hotel, e se tornou uma atração turística popular. Entre os fantasmas, supostamente ainda estão um marinheiro que morreu na sala de máquinas do navio, a "dama de branco", e as crianças que se afogaram na piscina da
embarcação. No total, foram catalogados 55 espíritos no Queen Mary. O navio é listado no Registro Nacional de Lugares Históricos dos Estados Unidos e está permanentemente ancorado em Long Beach, Califórnia, e também funciona como museu.




Penitenciária Estadual da Filadélfia

Criada em 1829, com imponentes paredes de castelo e torres de vigia, a Penitenciária Estadual Oriental (Eastern State), na Filadélfia, foi a primeira prisão a ter uma solitária. Presos ficavam sozinhos, comiam sozinhos e até os exercícios eram feitos individualmente.
Eastern State foi acusada de ter causado doença mental entre os seus prisioneiros. Ela
funcionou como uma prisão de 1913 até ao seu fechamento em 1970, e abrigou criminosos
famosos, como Al Capone.

Desde quando foi desativada, a penitenciária passou a receber visitação pública e se transformou em um museu. Desde então, tem se ouvido histórias sobre sons vindos das celas, barulhos estranhos e solitários lamentos de frio nos escuros corredores.

A cela número 12 é famosa por uma risada assombrosa e a torre de guardas acumula
relatos de aparições de uma figura sombria que vigia a prisão durante as noites.


Casa Whaley

Mesmo os mais céticos do governo não puderam refutar as provas de que esta casa no bairro de San Diego abriga espíritos. Na década de 1960, o Departamento Americano de Comércio classificou a Casa Whaley como mal assombrada.

O Travel Channel também classificou a casa como a mais sobrenatural da América. Seu primeiro fantasma foi Yankee Jim Robinson, que foi enforcado no local em 1852. Quando James Whaley construiu a casa em 1987 (que em meados do século 19 serviu como um
celeiro, tribunal e armazém geral), ele afirmou ouvir barulhos feitos por Robinson pelos corredores.

Os visitantes também têm relatado aparições de uma menina surpreendente jovem em um vestido longo na sala de jantar. Quando está aberta ao público, incontáveis eventos sobrenaturais são presenciados. Sons e vozes indicam a presença de algum visitante perdido ou algum ladrão, porém, uma checagem mais detalhada mostra que nada está
emitindo os sons.


Casa Branca

A residência mais famosa da América também é supostamente uma das mais malassombradas. Segundo a tradição, alguns
dos seus habitantes permaneceram na casa por causa da sede de poder adquirida durante o tempo que ali permaneceram.

Se você acredita em sussurros, dizem que o fantasma de Abigail Adams (esposa de John Adams, segundo presidente do país) faz roupas no quarto leste, enquanto o espírito de Dolley Madison gosta de se esconder em torno do jardim.
Mas o fantasma mais ilustre, sem dúvida, é do lendário Abraham Lincoln, que ainda ocupa o quarto do ex-presidente, segundo a lenda.


Mansão Winchester

Após a morte de seu marido e filho, Sarah Winchester (a esposa do filho do criador de rifle) consultou um vidente. E esse proclamou que sua família fora morta pelos fantasmas daqueles que morreram de balas das armas Winchester.

O vidente sugeriu que apenas a construção permanente na mansão da família poderia acalmar os espíritos. Assim, ela deveria construir quartos para que os espíritos de luz permanecessem na
casa, proporcionado a paz para que os barulhos cessassem. Mas nada disso aconteceu. Os barulhos continuavam a atormentar Sarah, que resolveu construir a casa até o fim de sua vida.

A propriedade de 160 quartos é realmente bizarra. Escadas que não levam a lugar algum e portas que abrem para paredes. O chefe de obras chegava pela manhã e Sarah dava as instruções do que queria para o dia. E no dia seguinte ela poderia demolir o que foi feito no dia anterior e reconstruir de outra forma. Assim os espíritos poderiam ficar mais e mais confusos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O imperador canibal

Para os inimigos de Jean-Bédel Bokassa, prisão era refresco. Muitos deles foram parar no freezer do ditador


Em 1979, tropas francesas invadiram a capital da República Centro-Africana, Bangui, e derrubaram o ditador local. Essa notícia tinha tudo para passar em branco, mas virou manchete internacional. Afinal, o ditador derrubado era Jean-Bédel Bokassa, uma das figuras mais extravagantes, ridículas e sinistras que já apareceram na mídia.

Bokassa nasceu numa pequena tribo em 1921. Seu nome queria dizer “pequena floresta”. Foi educado por missionários católicos. Depois, virou soldado e acabou condecorado como herói por ter lutado ao lado das forças francesas na 2a Guerra. Quando o seu país – ex-colônia francesa – ficou independente, em 1960, já era capitão. Primo do presidente, virou general em um pulo.

Mas Bokassa queria mais. Em 1966, com a economia do país em frangalhos, depôs o primo e assumiu o poder. Rasgou a Constituição. Em 1972, declarou-se presidente vitalício. A tortura era generalizada no país. Os inimigos de Bokassa desapareciam misteriosamente. Enquanto o país empobrecia, Bokassa mandava construir palácios para si mesmo. A França, contudo, lhe dava apoio. Jean-Bédel era amigo do então presidente francês Valéry Giscard D’Estaing. Em 1976, ele se autoproclamou imperador Bokassa 1º e mudou o nome do país para Império Centro-Africano.

A bizarrice da coroação fez a festa dos fotógrafos. A cerimônia custou US$ 30 milhões aos cofres públicos. O luxo fajuto – com direito a um trono em forma de águia dourada – parecia saído de um desfile carnavalesco.

O mundo não reconheceu o “império”, que caiu na miséria absoluta. Em 1979, num protesto de estudantes contra o governo numa escola primária, a guarda imperial metralhou 100 crianças.

Foi demais. A França decidiu se desvencilhar do incômodo amigo e mandou as tais tropas acabar com a farra. Quando elas invadiram o palácio, descobriu-se o paradeiro dos desafetos do regime: o freezer de Bokassa. Em 1990, o mundo soube detalhes do horror: o cineasta alemão Werner Herzog rodou o documentário Ecos de um Império Sombrio, que mostrava os sinistros freezers do palácio, além do zôo particular do ditador. Ali, havia piscinas para crocodilos. Segundo um empregado, muitos inimigos de Jean-Bédel serviram de alimento aos bichões.


Curiosidades


- Até hoje, antigos correligionários de Bokassa dizem que os corpos encontrados no freezer do palácio foram “plantados” pelas tropas francesas.

- Bokassa teve 17 esposas e 50 filhos.

- O julgamento de Bokassa acabou em pizza. Primeiro, foi condenado à morte. A pena foi comutada para prisão perpétua; depois, acabou sendo reduzida para 20 anos de encarceramento. Em 1993, o ex-ditador foi anistiado.

- Quando saiu às ruas, em 1993, foi recebido como herói pela população.

- Bokassa dizia ser o 13º apóstolo de Jesus Cristo.

Você ainda vai sentir saudades do EUA

A China superpotência começa a mostrar sua cara. E ela não é das mais bonitas


O ex-líder chinês Deng Xiaoping tinha um lema para definir sua política exterior: taoguang yanghui – ou “esconda sua capacidade, espere a oportunidade”. Dito e feito. Há 50 anos, a China raramente viajava no carro dos líderes que guiavam o planeta. Há 10 anos, de vez em quando conquistava o direito de sentar no banco de trás. Hoje, a oportunidade de que Deng Xiaoping falava parece ter aparecido. A China dá toda a pinta de estar interessada em assumir o volante do carro: já disputa com a Alemanha o posto de 3ª economia mundial e, se continuar nesse ritmo, em 3 ou 4 décadas será capaz de rivalizar com os EUA.

Parece uma grande notícia para quem está cansado de ver os americanos dar sozinhos as cartas no planeta (e alguém não está?). Mas, a julgar por suas primeiras ações, a superpotência China não está lá muito preocupada em entrar para a história moderna pela porta da frente. Os chineses não têm grande apreço pela opinião pública. Não parecem se importar com as conseqüências do que fazem. E adoram esconder seus objetivos.

Por isso mesmo, ninguém sabe ao certo como a China se comportará quando chegar à liderança. A única certeza é que o país tem duas prioridades internacionais: evitar que a independência de Taiwan seja reconhecida e suprir suas (enormes) necessidades energéticas. A primeira prioridade tem sido moleza: em busca de acordos comerciais ou investimentos em infra-estrutura, muitos países a­­fri­canos e latinos (Brasil inclusive) têm concordado em colocar a ilha rebelde no gelo. Para resolver a segunda, a China enfia o pé na lama. Em busca de minério de ferro, óleo ou madeira, os chineses saíram às compras, em todos os cantos do planeta, sem se preocupar com os detalhes – bobagens como poluição, aquecimento global ou a ficha do vendedor.

O petróleo é deles

A China só perde para os EUA em emissões de gases que causam o aquecimento global. É considerada a nação mais suja e poluída do planeta – Pequim recentemente teve de suspender as aulas após a poluição do ar atingir 414 numa escala de 500. Mas, enquanto o mundo inteiro promete investir em energias alternativas, os chineses vão em outro sentido. As importações de petróleo só crescem. Hoje, chegam a 45% do consumo. Em 2020, serão 60% – e estamos falando aqui do segundo maior consumidor de óleo do mundo.

Se você vive neste mundo, já deve saber que petróleo é um produto disputado. Suprir necessidades como as chinesas não é simples. É para resolver esse problema que o país tem se aliado a governos de índole duvidosa (não que a desculpa cole: o Japão importa 96% do petróleo que consome e nem por isso desfila com as piores figuras globais). O caso do Sudão é um bom exemplo. A comunidade internacional responsabiliza o governo local pelo genocídio de tribos não árabes no oeste do país. Já são 400 mil mortos e 2 milhões de refugiados – os números continuam crescendo. Mas qualquer tentativa de intervenção internacional é bloqueada pela China, para quem o conflito “é um assunto interno do Sudão”. Coincidência: o país é sede do maior investimento em petróleo que Pequim já fez no exterior. É de lá que saem 5% de todo o óleo que a China consome.

Governos africanos, aliás, adoram os chineses. O comércio entre eles chega a US$ 30 bilhões por ano e pelo menos 31 países já tiveram dívidas canceladas. O dinheiro chinês bancou linhas de trem, estádios e casas – uma parceria bem diferente dos financiamentos europeus e americanos, normalmente vinculados à saúde, educação ou redução da pobreza. “Os chineses não exigem reuniões sobre impactos ambientais, direitos humanos, corrupção. Eles fazem o serviço e não impõem grandes exigências”, disse Sahr Johnny, embaixador de Serra Leoa em Pequim, em entrevista ao Canal 4, da Inglaterra.

A China, por sua vez, também vê vantagens em trabalhar com parceiros desse tipo. Para cuidar dos próprios telhados de vidro, eles não se metem em “assuntos internos” chineses: poluição, execuções sumárias, corrupção. Uma mão lava a outra e ninguém reclama. Não que algum chinês ouvisse as reclamações – por lá, a internet, as universidades e a imprensa não são livres. Não há democracia.

Para muitos analistas, esse comportamento em relação à África dá o tom do que a China quer ser quando crescer: um Estado pragmático, baseado em ganhos econômicos, sem debates ideológicos ou princípios morais. É um modelo surpreendente. Superpotências, afinal, são líderes mundiais.

Moldam o planeta a sua imagem e semelhança. Têm dinheiro e força para fazer valer seus valores. A União Soviética, por exemplo, quis exportar o comunismo. Os EUA, a democracia e o liberalismo. Mas qual será o legado da China? Enriquecer a qualquer custo?
Não é necessariamente uma tragédia – pior que não ter ideologia é usá-la destrutivamente, como a Alemanha de Hitler. Mas, se um país se dispõe a atuar como protagonista no cenário mundial, é de esperar que traga junto algumas idéias. É do presidente americano Woodrow Wilson, por exemplo, a tese de que todos os países devem conviver harmoniosamente e se ajudar – o que hoje chamamos de comunidade internacional. É graças a esse princípio que existem organizações onde, ao menos em tese, nações resolvem diferenças e prestam auxílio umas às outras. Caso da ONU, do Banco Mundial, do FMI e da Organização Mundial do Comércio – dos poucos ambientes em que repúblicas frágeis derrotam as grandes potências (e isso acontece com frequência).